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domingo, 28 de abril de 2013

MANDALA, O CÍCULO SAGRADO.



SIGNIFCADO DAS MANDALAS
Mandala é a palavra sânscrita que significa círculo ou "aquilo que circunda um centro".
MANDALA com doze circulos, ou doze etapas evolutivas.
É uma representação geométrica da dinâmica relação entre o homem e o cosmo. De fato, toda Mandala é a exposição plástica e visual do retorno à unidade pela delimitação de um espaço sagrado e atualização de um tempo divino.
Nas sociedades primitivas, o ciclo cósmico, que tinha a imagem de uma trajetória circular (circunferência), era identificado como o ano. O simbolismo da santidade e eternidade do templo aparece claramente na estrutura mandálica dos santuários de todas as épocas e civilizações. Uma vez que o plano arquitetônico do templo é obra dos deuses e se encontra no centro, muito próximo deles, esse lugar sagrado está livre de toda corrupção terrestre.
Daí a associação dos templos às montanhas cósmicas e a função que elas exercem de ligação entre a Terra e o Céu. Como exemplo, temos a enorme construção do templo de “Borobudur”, em Java, na Indonésia. Outros exemplos que podemos citar são as basílicas e catedrais cristãs da Igreja primitiva, concebidas como imitação da de Jerusalém Celeste, representando uma imagem ordenada do cosmos, do mundo.
A Mandala como simbolismo do centro do mundo dá forma não apenas às cidades, aos templos e aos palácios reais, mas também à mais modesta habitação humana.
A morada das populações primitivas é comumente edificada a partir de um poste central e coloca seus habitantes em contato com os três níveis da existência: inferior, médio e superior. A habitação para ele não é apenas um abrigo, mas a criação do mundo que ele, imitando os gestos divinos, deve manter e renovar.
Assim, a Mandala representa para o homem o seu abrigo interior onde se permite um reencontro com Deus. Um exemplo bem típico brasileiro de Mandala, a partir da arquitetura, é a planta superior da Catedral de Brasília.
Em termos de artes plásticas, a Mandala apresenta sempre grande profusão de cores e representa um objeto ou figura que ajuda na concentração para se atingir outros níveis de contemplação. Há toda uma simbologia envolvida e uma grande variedade de desenhos de acordo com a origem.
Originalmente criadas em giz, as Mandalas são um espaço sagrado de meditação. Atualmente são feitas com areias originárias da Índia. Normalmente divididas em quatro secções, pretende ser um exercício de meditação e contemplação.
O objetivo da arte na cultura budista tibetana é reforçar as Quatro Nobres Verdades.


    1.   A Natureza do Sofrimento (Dukkha):
"Esta é a nobre verdade do sofrimento: nascimento é sofrimento, envelhecimento é sofrimento, enfermidade é sofrimento, morte é sofrimento; tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero são sofrimentos; a união com aquilo que é desprazeroso é sofrimento; a separação daquilo que é prazeroso é sofrimento; não obter o que queremos é sofrimento; em resumo, os cinco agregados influenciados pelo apego são sofrimento."

      2.   Origem do Sofrimento (Samudaya):
"Esta é a nobre verdade da origem do sofrimento: É este desejo que conduz a uma renovada existência, acompanhado pela cobiça e pelo prazer, buscando o prazer aqui e ali; isto é, o desejo pelos prazeres sensuais, o desejo por ser/existir, o desejo por não ser/existir.

 3.     Cessação do Sofrimento (Nirodha):
"Esta é a nobre verdade da cessação do sofrimento: é o desaparecimento e cessação sem deixar vestígios daquele mesmo desejo, o abandono e renúncia a ele, a libertação dele, a independência dele."
  
4.     O Caminho (Magga) para a Cessação do Sofrimento:
"Esta é a nobre verdade do caminho que conduz à cessação do sofrimento: é este Nobre Caminho Óctuplo: entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta."



Mandalas e o Budismo
As Mandalas são consideradas importantíssimas para a preparação de iniciadores ao Budismo, de forma a prepará-los para o estudo do significado da iluminação.
O processo de construção de uma Mandala é uma forma de meditação constante. É um processo bastante lento, com movimentos meticulosos. O grande benefício para os que meditam a partir da Mandala reside no fato de que a imaginaram mentalmente construída numa detalhada estrutura tridimensional.
No processo da construção de uma Mandala, a arte transforma-se numa cerimônia religiosa e a religião transforma-se em arte. Quando a Mandala está terminada, apresenta-se como uma construção extremamente colorida.
Depois do ciclo, é desmanchada, a areia é depositada, geralmente, na água. Apenas uma parte é guardada e oferecida aos participantes.
Um monge inicia a destruição (1) desenhando linhas circulares com seu dedo, depois espalham a areia e a colocam em uma urna. Quando a areia é toda recolhida, eles apagam as linhas que serviram de guia à construção e despejam a areia nas aguas do rio.

(1)    NOTA DO BLOG - ATMAN:  Aqui observamos o princípio do desapego material, depois que o iniciado entra em contato com o mundo espiritual, pela via da iluminação.
Nesta fase o indivíduo que encontrou o “Ser Coletivo”, através de seu esforço pessoal, não tem mais necessidade das ferramentas e representações materiais que o guiaram e ajudaram na sua missão de antítese, sem consciência, em busca da Síntese com “Consciência Total”.
Desde o início de seu processo, enquanto Tese e ainda na “Consciência do Todo”, até o coroamento de seu caminho, passando pela queda e , empiricamente, perdendo a consciência de seu próprio ser (Durante a sua jornada material), para cumprir a sua missão, até chegar, novamente, à “Consciência Total”, posto que, experimentou todas as possibilidades do Ser e do não Ser, o ser individualizado, nunca deixou realmente de ser o que É, seu “Próprio Criador”, numa jornada infinita de manifestação total, Onipotente, Onipresente e Onisciente.
Citamos o Budismo, por conta desta religião terrena, exortar o mundo espiritual, como sua única e verdadeira meta. Observem como estes usam uma forma de desapego que, nós ocidentais, temos tanta dificuldade de manifestar, que é ofertar nosso trabalho, seja qual for, de volta à própria natureza que nos e os originou. 
Destruir a Mandala, logo após tê-la pronta é um ato de extremo reconhecimento de que ele próprio faz parte de um Todo, posto que ao devolvê-la à sua origem, em verdade nada perdeu, pois a forma é apenas uma ilusão. A Mandala espiritual já está gravada na sua essência, depois de anos de meditação, quando a elaborou, mentalizou e construiu. Não necessita mais da pictografia material que construiu com tanto esforço.
É um grande exemplo para nós, quando temos dificuldade de deixar ir, aquilo que já se tornou obsoleto em nossas vidas. O que foi, nunca veio, em Verdade não foi, pois sempre esteve e sempre estará. 
Ora pois, o que foi, se realmente foi, nunca existiu!

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