SIGNIFCADO
DAS MANDALAS
Mandala é a palavra sânscrita
que significa círculo ou "aquilo que circunda um centro".
MANDALA com doze circulos, ou doze etapas evolutivas. |
É uma representação
geométrica da dinâmica relação entre o homem e o cosmo. De fato, toda Mandala
é a exposição plástica e visual do retorno à unidade pela delimitação de um
espaço sagrado e atualização de um tempo divino.
Nas sociedades
primitivas, o ciclo cósmico, que tinha a imagem de uma trajetória circular
(circunferência), era identificado como o ano. O simbolismo da santidade e
eternidade do templo aparece claramente na estrutura mandálica dos santuários
de todas as épocas e civilizações. Uma vez que o plano arquitetônico do templo
é obra dos deuses e se encontra no centro, muito próximo deles, esse lugar
sagrado está livre de toda corrupção terrestre.
Daí a associação dos
templos às montanhas cósmicas e a função que elas exercem de ligação entre a Terra e o Céu. Como exemplo, temos a
enorme construção do templo de “Borobudur”,
em Java,
na Indonésia.
Outros exemplos que podemos citar são as basílicas e catedrais cristãs da
Igreja primitiva, concebidas como imitação da de Jerusalém Celeste, representando uma imagem
ordenada do cosmos,
do mundo.
A Mandala como
simbolismo do centro do mundo dá forma não apenas às cidades, aos templos e aos
palácios reais, mas também à mais modesta habitação humana.
A morada das
populações primitivas é comumente edificada a partir de um poste central e
coloca seus habitantes em contato com os três níveis da existência: inferior,
médio e superior. A habitação para ele não é apenas um abrigo, mas a criação do
mundo que ele, imitando os gestos divinos, deve manter e renovar.
Assim, a Mandala
representa para o homem o seu abrigo interior onde se permite um reencontro com
Deus. Um exemplo bem
típico brasileiro de Mandala, a partir da arquitetura,
é a planta superior da Catedral de Brasília.
Em termos de artes
plásticas, a Mandala apresenta sempre grande profusão de cores e representa um
objeto ou figura que ajuda na concentração para se atingir outros níveis de
contemplação. Há toda uma simbologia envolvida e uma grande variedade de
desenhos de acordo com a origem.
Originalmente criadas
em giz, as Mandalas são um espaço sagrado de meditação. Atualmente são feitas
com areias originárias da Índia. Normalmente divididas em quatro secções, pretende ser
um exercício de meditação e contemplação.
O objetivo da arte na
cultura budista
tibetana é reforçar as Quatro Nobres Verdades.
"Esta é a nobre verdade do
sofrimento: nascimento é sofrimento, envelhecimento é sofrimento, enfermidade é
sofrimento, morte é sofrimento; tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero
são sofrimentos; a união com aquilo que é desprazeroso é sofrimento; a
separação daquilo que é prazeroso é sofrimento; não obter o que queremos é
sofrimento; em resumo, os cinco agregados
influenciados pelo apego são sofrimento."
2.
Origem do Sofrimento (Samudaya):
"Esta
é a nobre verdade da origem do sofrimento: É este desejo que conduz a uma
renovada existência, acompanhado pela cobiça e pelo prazer, buscando o prazer
aqui e ali; isto é, o desejo pelos prazeres sensuais, o desejo por ser/existir,
o desejo por não ser/existir.
"Esta
é a nobre verdade da cessação do sofrimento: é o desaparecimento e cessação sem
deixar vestígios daquele mesmo desejo, o abandono e renúncia a ele, a
libertação dele, a independência dele."
4. O Caminho (Magga)
para a Cessação do Sofrimento:
"Esta é a nobre verdade do caminho que conduz à cessação do sofrimento: é
este Nobre Caminho Óctuplo:
entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo
de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração
correta."
Mandalas e o Budismo
As Mandalas são
consideradas importantíssimas para a preparação de iniciadores ao Budismo,
de forma a prepará-los para o estudo do significado da iluminação.
O processo de
construção de uma Mandala é uma forma de meditação constante. É um processo
bastante lento, com movimentos meticulosos. O grande benefício para os que
meditam a partir da Mandala reside no fato de que a imaginaram mentalmente
construída numa detalhada estrutura tridimensional.
No processo da
construção de uma Mandala, a arte transforma-se numa cerimônia religiosa e a
religião transforma-se em arte. Quando a Mandala está terminada, apresenta-se como uma
construção extremamente colorida.
Depois do ciclo, é
desmanchada, a areia é depositada, geralmente, na água. Apenas uma parte é
guardada e oferecida aos participantes.
Um monge inicia a destruição (1) desenhando linhas circulares com seu dedo,
depois espalham a areia e a colocam em uma urna. Quando a areia é toda
recolhida, eles apagam as linhas que serviram de guia à construção e despejam a
areia nas aguas do rio.
(1) NOTA DO BLOG - ATMAN:
Aqui observamos o princípio do desapego material, depois que o
iniciado entra em contato com o mundo espiritual, pela via da iluminação.
Nesta fase o indivíduo que encontrou o “Ser Coletivo”, através de seu esforço pessoal, não tem mais
necessidade das ferramentas e representações materiais que o guiaram e ajudaram
na sua missão de antítese, sem consciência, em busca da Síntese com “Consciência Total”.
Desde o início de seu processo, enquanto Tese e ainda na “Consciência do Todo”, até o coroamento
de seu caminho, passando pela queda e , empiricamente, perdendo a consciência
de seu próprio ser (Durante a sua jornada material), para cumprir a sua missão,
até chegar, novamente, à “Consciência
Total”, posto que, experimentou todas as possibilidades do Ser e do não Ser, o ser individualizado,
nunca deixou realmente de ser o que É, seu “Próprio
Criador”, numa jornada infinita de manifestação total, Onipotente,
Onipresente e Onisciente.
Citamos o Budismo, por conta desta religião terrena, exortar o
mundo espiritual, como sua única e verdadeira meta. Observem como estes usam
uma forma de desapego que, nós ocidentais, temos tanta dificuldade de manifestar,
que é ofertar nosso trabalho, seja qual for, de volta à própria natureza que
nos e os originou.
Destruir a Mandala, logo após tê-la pronta é um ato de extremo
reconhecimento de que ele próprio faz parte de um Todo, posto que ao
devolvê-la à sua origem, em verdade nada perdeu, pois a forma é apenas uma
ilusão. A Mandala espiritual já está gravada na sua essência, depois de anos de meditação, quando a elaborou, mentalizou e construiu. Não necessita
mais da pictografia material que construiu com tanto esforço.
É um grande exemplo para nós, quando temos dificuldade de deixar
ir, aquilo que já se tornou obsoleto em nossas vidas. O que foi, nunca veio, em Verdade não foi, pois sempre esteve e sempre estará.
Ora pois, o que foi, se realmente foi, nunca existiu!
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