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terça-feira, 23 de abril de 2013

TEXTO 06 – PERGUNTARAM OS DISCÍPULOS A JESUS: QUERES QUE JEJUEMOS? COMO DEVEMOS ORAR? COMO DAR ESMOLA? E QUAIS OS ALIMENTOS QUE DEVEMOS TOMAR? RESPONDEU JESUS: NÃO MINTAIS A VÓS MESMOS, E NÃO FAÇAIS O QUE É ODIOSO! PORQUANTO TODAS ESTAS COISAS SÃO MANIFESTAS DIANTE DO CÉU. NÃO HÁ NADA OCULTO QUE NÃO SEJA MANIFESTADO, E NÃO HÁ NADA VELADO QUE, POR FIM, NÃO SEJA REVELADO.


Atos e fatos externos não têm valor, em si mesmos. O que vale é unicamente a atitude interna. Praticar atos e realizar fatos objetos que não nasceram de uma boa atitude subjetiva, é mentir e fingir amar o que realmente se odeia. O agir deve ser o efluxo do ser. A vivência ética deve ser o fruto espontâneo da consciência mística.
Que devemos comer?

Há pessoas que dão grande importância à qualidade dos alimentos, ao conteúdo do estômago, como se a qualidade espiritual dependesse da qualidade material dos manjares. No Evangelho de Jesus não se encontra uma única prescrição nem proscrição de alimentos, porque, segundo as suas palavras, “o que de fora entra no homem não o torna impuro, mas sim o que de dentro sai do homem”.

Da mesma forma, Jesus não prescreveu nenhuma fórmula de oração ritual; o chamado “Pai Nosso” não é uma reza ou recitação verbal; é um roteiro espiritual que indica a direção a quem abre a alma rumo ao Infinito. Jesus orava espontaneamente em qualquer lugar: nos montes e desertos, no templo e na sinagoga, entre as dores do Getsêmane” e do Gólgota”, bem como nas glórias do Tabor”. A oração deve ser tão espontânea e natural como a respiração, que acontece ao homem sadio inconscientemente.

Nesta palavra do Evangelho de Tomé, volta o Mestre a frisar que o mundo espiritual é uma Realidade Universal, supra-consciente, e não uma espécie de ocultismo, infra-consciente. As coisas do ego consciente, ou do id sub-consciente, atraem os profanos, mas a Realidade do Eu cosmo-consciente encanta o iniciado, porque é manifesta como a luz solar. A magia mental e o ocultismo infra-mental são como uma noite fria de luar, ao passo que a mística espiritual é semelhante a um dia cálido repleto de luz solar.

Comentário do Blog – ATMAN: Aqui vemos, mais uma vez, a referência à busca do potencial interno, em detrimento da forma externa. Não o templo de pedra, mas o templo interno de nossa Trindade. Tudo o que é material tem um tempo, um ciclo de nascimento, crescimento, maturidade, declínio e morte, em contraposição, o espiritual está acima do tempo e deste ciclo, que se repete incessantemente, mas nunca permanece o mesmo, posto que não encontra consistência para durar.

Vemos a humanidade sofrer por coisas que não têm valor, por pura ignorância. Vemos a humanidade correr para dentro dos templos de pedra, para ouvir outros humanos, tão ignorantes quanto eles, a lhes falar de coisas impossíveis, posto que irreais e lhes obedecem, apenas por que têm o dom da oratória, mesmo que vazia. Falam, mas nada podem provar, posto que provar a mentira é impossível.

Ao contrário, deveriam buscar tais respostas, dentro de si próprios, através de uma atitude ético pessoal e de amor, ao que representam. Deviam questionar o que são e onde estão, posto que precisam saber para onde ir, em consciência.

O “Deus”, que procuram fora, está dentro de si próprios basta escutar seu coração, para encontrá-lo e, até, Sê-lo.

Experimentamos tanto a antítese e nos afastamos tanto da Tese, que temos medo de ser a Síntese.

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