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quinta-feira, 4 de abril de 2013

TEXTO 04 – JESUS DISSE: O HOMEM IDOSO PERGUNTARÁ, NOS SEUS DIAS, A UMA CRIANÇA DE SETE DIAS PELO LUGAR DA VIDA – E ELE VIVERÁ. PORQUE MUITOS PRIMEIROS SERÃO ÚLTIMOS, E SERÃO UNIFICADOS.

Uma criança saiu da Vida Universal e entrou no vivo Individual. Um ancião está prestes a sair do vivo e voltar à Vida. A vivência dos vivos aqui na terra é como que um parêntesis no texto da Vida Universal; na criança, o vivo individual está no princípio, no ancião o vivo individual está no fim; a criança abriu o parêntesis, o ancião está para fechá-lo. Mas a Vida é Una, Eterna, sem princípio nem fim; a criança abriu os parênteses, o ancião está para fechá-lo. Não importa o tempo em que alguém entra ou sai da vivência do vivo temporário; o importante é que o homem integre a sua vivência temporária na Vida eterna, onde não há criança nem ancião. A vivência é do ego, a vida é do Eu.

 A criança pode dizer ao ancião: “Eu vim da Vida, e tu voltas para a Vida”. Esta integração do vivo na Vida não é presente de berço, nem dádiva de esquife – é uma conquista da consciência. E onde impera o livre arbítrio da conquista não há primeiro nem último; essa conquista não depende da idade do corpo, mas da idoneidade do espírito. O invólucro ego nos foi dado para que através dele o Eu se realize plenamente. É necessário que a alma encontre resistência no corpo, porque sem resistência não há evolução. O envolvimento da alma espiritual pelo corpo material não tem caráter punitivo, e sim evolutivo. A alma é uma emanação individual da Divindade Universal; mas essa individualidade espiritual é apenas uma potencialidade, que deve transforma-se em atualidade. A alma realizável deve realizar-se plenamente através do corpo; e essa realização se processa através da passagem pelo corpo, que, por enquanto, é grosseiramente material. A realização da alma começa no corpo material e continuará através de outros corpos não materiais, até chegar ao corpo mais sutil, que talvez seja o corpo-luz. Quanto mais a alma intensificar a consciência da sua essencial identidade com o espírito divino, tanto mais se aperfeiçoa, também, o seu invólucro corpóreo.

 

Comentário do Blog – ATMAN: Aqui a “criança” representa uma alma, recém-individualizada, aquela que começa as suas experiências no plano físico. Fala também de uma alma no limiar de encerrar seus ciclos de encarnações e voltar, definitivamente, à consciência Viva do Criador.

Fala, ainda, de um período, representado pelo termo “parênteses”, que representa nossa existência no plano físico, sem consciência do que somos. Esta fase da manifestação da vida, através de um ser individualizado na matéria, só pode ocorrer em “exílio de consciência”, posto que, na matéria, nossa função é a mesma da antítese em contraposição à Tese. A Fonte “crea” (*) esta situação para poder ser a Síntese e passando pela fase de negação, da única forma possível, sendo uma “ilusão” dentro de sua Verdade. A Onipotência da Fonte não lhe permitiria negar a Si Própria, posto que no seu estado puro, não há “espaço” para tal ação. A ilusória “creação” (*) de um plano de ilusão, permite a manifestação do “Creador” (*) no tudo e no nada, como Tese, antítese e Síntese.

Quando, no texto, o autor fala de “resistência”, refere-se ao papel de antítese que o ego, do nosso veículo físico, desempenha em todo o processo de manifestação da Fonte na matéria. Vencer esta resistência e voltar à Fonte é a nossa missão, enquanto encarnados.

A emanação da Luz do “Creador” necessita, na matéria, de fluidez, como uma corrente elétrica necessita de condutividade, no fio, se esta Energia não encontra fluidez, conseguida, através de nosso esforço, neste plano, Ela curto circuita, dentro de nós e, literalmente, nos “derrete”. Nosso esforço individual para evoluir dentro do “parêntesis” da Vida, nos torna fluido e permeável à convivência com a Luz da Fonte e nos torna, igualmente, a Fonte. É quando uma alma individualizada se religa e se ilumina dentro de si própria.

(*) Creador, crear: A substituição da tradicional palavra latina crear pelo neologismo moderno criar é aceitável em nível de cultura primária, porque favorece a alfabetização e dispensa esforço mental – mas não é aceitável em nível de cultura superior, porque deturpa o pensamento.

Crear é a manifestação da Essência em forma de existência – criar é a transição de uma existência para outra existência. O Poder Infinito é o creador do Universo – um fazendeiro é criador de gado. Há entre os homens gênios creadores, embora não sejam talvez criadores. A conhecida lei de Lavoisier diz que “na natureza nada se crea e nada se aniquila, tudo se transforma”, se grafarmos “nada se crea”, esta lei está certa mas se escrevermos “nada se cria”, ela resulta totalmente falsa.

Por isto, preferimos a verdade e clareza do pensamento a quaisquer convenções acadêmicas.

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