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sábado, 30 de março de 2013

TEXTO 03: SE VOSSOS GUIAS VOS DISSEREM: O REINO ESTÁ NO CÉU, ENTÃO AS AVES VOS PRECEDERAM; O REINO ESTÁ NO MAR, ENTÃO OS PEIXES VOS PRECEDERAM. MAS, O REINO ESTÁ DENTRO DE VÓS, E TAMBÉM FORA DE VÓS. SE VOS CONHECERDES, SEREIS CONHECIDOS E SABEREIS QUE SOIS FILHOS DO PAI VIVO. MAS, SE NÃO VOS CONHECERDES, VIVEREIS EM POBREZA, E VÓS MESMOS SEREIS ESSA POBREZA.

Se o Reino é algo no mundo das quantidades, então o homem tem de alcançar esse Reino no tempo e no espaço das quantidades. Mas, se o Reino é qualidade, então o homem deve despertar em si esse Reino, que é como uma luz sob o velador, como um tesouro oculto, como uma pérola no fundo do mar. O advento do Reino é o despertamento da Realidade do Eu divino dentro de todas as facticidades humanas. E, se esse Reino, que é a luz do mundo, despertar no homem, iluminará todos os setores da vida humana, porque será como uma luz no alto do candelabro, beneficiando todos os que estão na casa.

A mística divina atuará em forma de ética humana; o despertamento da consciência divina transbordará como vivência humana. O Reino de dentro será necessariamente o Reino de fora.

Autoconhecimento é a raiz de toda a auto realização. Onde falta a raiz vertical não podem expandir-se os ramos horizontais.

O agir ético é uma consequência inevitável do ser místico.


Comentário do Blog – ATMAN: Embora a parábola seja necessária ao primeiro contato com esta afirmação de Jesus, com o tempo e meditando Nela, podemos perceber e inferir a importância de nos encontrarmos dentro de nós mesmos. Esta busca interior, que só se faz em “solitude” (*), sem ninguém a nos acompanhar, nos permite, à medida que avançamos, perceber que também somos o que está fora, sem separação alguma. É uma descoberta individual que nos permite participar do Todo, mesmo que o todo profano não perceba isto, ainda.

Enquanto ainda não percebe que ele próprio faz parte da energia criadora, a única maneira de estar no rumo de si mesmo é ter a Fé como ferramenta e companheira, na sua jornada. Transitar de forma equilibrada e cooperativa, no “mundo das quantidades”, ou plano físico, é o começo da jornada para o encontro interior. Um homem que chega a se encontrar, se ilumina e, igualmente, ilumina muitos outros à sua volta, mas a Luz Dele, não pode fazer o trabalho dos outros, apenas indicar a direção, assim como Jesus fez, inicialmente, com os apóstolos e estes prosseguiram fazendo com a humanidade. A despeito desse maravilhoso trabalho, o despreparo da maioria não permitiu manter esta Luz acesa, na percepção geral de todos. A solidez de nossas consciências embotadas, pelo apego à matéria, não permitiu que a Luz disponibilizada nos permeasse, criando sombra e trevas em nossas vidas, por muitos séculos. Mas como a evolução se dá de maneira cíclica, devemos experimentar treva e Luz, antes de encontrar o equilíbrio e decidir permanecer Nele.

 

(*) Solitude: Ato de estar só, mas consigo mesmo e em plenitude. A língua portuguesa não faz esta diferença, porém, no meio esotérico, esta palavra é usada para designar um estado de plenitude dentro da própria individualidade, sem a presença de agentes externos.

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