O leão simboliza o ego humano, que o apóstolo Pedro,
na sua primeira epístola, identifica com o diabo. Segundo as palavras de Jesus,
satanás ou diabo é o ego mental do homem, quando se opõe ao Eu espiritual. Bendito
o Eu espiritual quando devora e assimila o ego mental. Maldito o Eu divino se se
deixa matar e devorar pelo ego humano.
De
acordo com todos os livros sacros, sobretudo do Evangelho do Cristo, o homem-Eu
não deve mandar embora o homem-ego, mas sim colocá-lo na retaguarda da sua vida
(vade retro). O homem espiritual deve servir-se do homem
físico-mental-emocional para espiritualizar-se cada vez mais; deve integrar o
ego no Eu, o humano no divino, o seu Jesus no seu Cristo.
A
Filosofia Oriental diz que o homem deve “comer o mundo”, isto é, aproveitar-se
do mundo assimilando-o para sua evolução espiritual; mas ai do homem que se
deixa comer pelo mundo.
Para
que o homem não seja devorado pelo leão, mas possa devorá-lo, deve ele torna-se
tão forte que nenhum leão o possa derrotar.
O
homem que vive permanentemente nas profanidades da sociedade não possui força
suficiente para triunfar sobre os leões do mundo. Para ser amigo e benfeitor da
sociedade, deve o homem isolar-se frequentemente na solidão do seu interior – e
terá forças para integrar em si o leão, em vez de ser desintegrado por ele.
Joel
Goldsmith, no seu livro “A Arte de Curar pelo Espírito”, diz que, em sua cidade
natal, Honolulu, é considerado como homem antissocial, porque não frequenta
reuniões sociais, não lê jornal, não tem rádio nem televisão, nem recebe
visitas inúteis. E ele responde: “Sou um homem antissocial por amor à
sociedade, porque, para poder ajudar a sociedade, devo isolar-me em Deus”.
Comentário
do Blog – ATMAN: Aqui
vemos, mais uma vez, a antítese humana, em provação, para se tornar Síntese Divina e completar o processo,
eterno, ininterrupto da manifestação do Creador.
O desserviço da maioria das
religiões terrenas coloca o ego (diabo, demônios e outras denominações) fora de
nós, para que dele tenhamos medo e, imediatamente, se prestam como salvadoras
de nossas “almas” e única fonte de nossa evolução e salvação, para poderem nos
dominar e perpetuar seus poderes e posses materiais, nos conduzindo pelos
caminhos que, artificialmente arquitetaram.
As religiões, como se apresentam,
na face da terra, estão a serviço deste ego, que temos que integrar ao nosso
espírito. Colocando-o fora de nós e fora de nossa percepção, através das
histórias que nos contam, perdemos o controle dele e somos por ele engolidos,
posto que tais religiões (todas elas) também são incompetentes para fazer o
trabalho que é nosso, de forma individual.
Não existe evolução coletiva se cada
indivíduo não evoluir primeiro.
Felizmente, Alguns já fizeram este caminho de volta, neste
universo atual, no qual existimos. Já integraram seus egos, depois de experimentarem
a “queda” em consciência e os colocaram numa posição “retro”, em suas caminhadas.
Daí, ao seguirmos tais exemplos de sucesso, poderemos sentar à mesa do Pai e
compartilhar sua essência, sendo Uno com Ele.
Nossa antítese interna não pode ser tratada fora de nós, não
podemos “passar procuração” para ninguém
que se ofereça para equilibrá-la, em nosso lugar. Estaremos sendo omissos e
atrasaremos nosso serviço ao Creador, ao fazê-lo.
A sociedade humana tem um ego coletivo, que não gosta de mudanças
que ele mesmo não possa controlar, ao sermos “antissociais”, estaremos negando este ego e a própria antítese da
qual ele se reveste e, sendo tal negação real, focada em nosso chacra cardíaco,
nos transformamos, a partir deste exercício, na Síntese que nos levará de volta
à Fonte que tudo creou.
A coragem de enfrentar nossas próprias deficiências é que forja
a têmpera de nossas almas, deixando claro que o principal ingrediente desta
receita é a humildade de se ver desta forma, para, a partir daí, seguir rumo à
iluminação.
Um comentário:
Em outro livro considerado evangelho da humanidade, o Bhagavad Gita, diz: "O ego é o maior inimigo do Eu Superior. O Eu Superior é o maior amigo do ego."
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