O texto dos outros evangelistas difere ligeiramente, mas o sentido é o mesmo
Em
todo ser humano existe esse fogo divino; existe em estado latente, dormente,
potencial, em forma de brasa, por assim dizer. Depende do livre arbítrio de
cada um transformar em viva chama a brasa dormente e não permitir que ele
continue apenas como brasa, ou até se apague totalmente. O flamejar do fogo
potencial em fogo atual, como aconteceu no primeiro Pentecostes, depende de
cada homem. As circunstâncias externas podem, certamente, dificultar ou
facilitar esse rompimento do fogo; mas nenhuma circunstância pode impedir a
atuação da substância interna.
O Uno
do Universo, o Creador, creou imensa variedade no mundo do Verso, ou
das creaturas. Além de creaturas apenas creadas, há algumas creaturas
creativas, como o homem aqui na terra. Estas creaturas creativas podem e devem
tornar-se melhores do que o Creador as fez, como ilustra maravilhosamente a parábola
dos talentos. O homem não deve devolver ao Creador apenas o que dele recebeu,
mas deve duplicar com a sua creatividade o talento que recebeu, deve
transformar em atualidade a potencialidade recebida; se assim fizer, será
“servo bom e fiel”; se não o fizer, será “servo mau e preguiçoso”, e perderá
até a potencialidade creativa que recebera, perdendo a sua natureza humana; a
brasa, em vez de flamejar, se extinguirá.
As
leis cósmicas não permitem estagnação, que, cedo ou tarde, acabará em
involução; as leis cósmicas exigem imperiosamente evolução, exigem que a brasa
da creatividade potencial deflagre em chama viva de creatividade atual.
Diz
o texto do Evangelho de Tomé que o fogo potencial no homem é “vigiado” pelo
Cristo até que deflagre em viva chama. É este o Cristo interno presente em cada
homem, que deve manifestar-se, como aconteceu em Jesus de Nazaré.
Comentário do Blog –
ATMAN: Aqui temos dois aspectos importantes no processo evolutivo, o
primeiro é que temos um potencial interno a ser desenvolvido. Uma chama
armazenada e que se encontra, fisicamente, na base de nossa coluna, na região
sacro cóccixgeana. Esta chama ígnea é chamada de Kundalini e espera ser
desperta, através do despertar do próprio ser que a carrega.
E, afinal, com a despertamos?
Este despertar ocorre através da nossa aquisição evolutiva de
consciência, operando e vigiando nossos hábitos e evitando os vícios, é uma
questão de expressão de atitudes equilibradas nas nossas ações.
O outro aspecto é, que é nesta caminhada para o despertar desta
chama, que nós criamos e depois temos que equilibrar o que chamamos de carma.
Geramos sombra, inicialmente, por desconhecimento e inexperiência no caminhar
e, através da dor que, por consequência, nos é imposta, vamos, gradativamente,
ganhando experiência e errando menos, a cada nova vida vivida.
A sombra creada não é em vão, posto que quanto mais profunda ela
for, mais “testa” a Tese correlata e faz com que mais intensa seja a Luz
consequente. A Síntese resultante desta provação se manifesta como Luz mais
intensa, quanto mais intensa for a negação (sombra) da própria Tese inicial.
Já se disse que o tamanho da sombra é o tamanho da Luz.
Por estes dois aspectos citados, podemos inferir que o nosso
passaporte para a iluminação é a manifestação da Kundalini, fazendo-a sair de
seu invólucro conduzindo-a pelos canais ascensionais, axiais à coluna
vertebral, no corpo etérico, do indivíduo, passando pelos sete chacras
principais, atualizando-os e calibrando as suas frequências de giro, até o alto
da cabeça, onde se encontra o chacra coronal.
Quando atinge a frequência equilibrada e correta, acionado pela
Kundalini ascendida, o sétimo chacra libera a passagem para o “FOHAT”, a energia Cósmica fundamental
que desce e nos penetra e, em conjunto com a Kundalini, atualiza o asceta e o
ilumina.
Este processo é gradativo e demora muitas vidas, sendo atingido
mais cedo quando a atividade de “vigiar” é realizada com mais afinco e determinação,
pela alma individualizada. Somos orientados pelo Mestre, até que nosso fogo
arda, posto que, quando isto acontece, já somos Uno com Ele e passamos a ter
nossa consciência primordial de volta e plenamente religada, pelo nosso próprio
esforço.
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