Nada
menos de 82 vezes o Evangelho usa a expressão “Filho do Homem”, exclusivamente
para Jesus, o Cristo. “João é o maior dentre os filhos de mulher, mas o Filho
do Homem é maior do que ele”.
Em
face dos relatos de Mateus e Lucas, negando a paternidade de José relativamente
a Jesus, deveríamos antes esperar que Jesus fosse chamado filho de mulher.
Estranhamente, porém, ele insiste dezenas de vezes no seu título predileto
“Filho de Homem”. Para compreender este mistério, temos de remontar milhares de
anos. Os dois citados evangelistas traçam a genealogia de Jesus através dos
ascendentes de José – e depois negam a paternidade física dele. Mas essas duas
genealogias – uma desde Abraão, outra desde Adão – têm a finalidade de mostrar
através de que canais fluiu o elemento vital que cooperou para a formação do
corpo de Jesus. Esse elemento é real, embora não material, uma
vez que segundo os Evangelhos, José não teve contato físico com Maria.
Já
no Gênesis estava prevista uma geração hominal em vez de animal. Os
primeiros seres humanos tinham ordem dos Elohim (potências divinas) de
“evolver e multiplicar-se”; mas eles se multiplicaram animalescamente, em vez
de primeiro evolverem hominalmente, e por isto veio sobre eles a maldição dos Elohim,
que perdura até o presente.
Também
João, no seu Evangelho, fala de homens que “não nasceram da fusão de sangues
nem do desejo do varão nem do desejo da carne, mas de Deus”.
No
caso de José e Maria – e, possivelmente, de alguns grandes avatares – se
atualizou a potencialidade da procriação hominal prevista no Gênesis.
Por isto Jesus se intitula constantemente “Filho do Homem”, hominalmente
gerado, e não animalmente, como outros homens, que, segundo ele, são filhos de
mulher”.
No
caso da misteriosa entidade de Melquisedec, não houve sequer procreação
hominal, tanto assim que os livros sacros afirmam que ele não tinha “geração
humana”.
A
procriação genuinamente hominal parece efetuar-se, não através do corpo
material, como no animal e no homem de hoje, mas através do corpo astral, ou
bioplásmico, como no caso de Jesus, onde esse fator vital é chamado “sopro
sagrado” e “potência suprema”.
A
doutrina teológica de que Maria tenha sido fecundada pelo “Espírito Santo” é
mitologia; em caso algum pode uma mulher humana ser fecundada por uma entidade
puramente espiritual. O pneuma hágion, de Lucas, é o elemento vital de
José, que, através das genealogias milenares referidas por Mateus e Lucas, se
refinou e atuou sobre Maria no momento em que “o Verbo se fez carne”. O “esposo
divino” (gabri-el) de José realizou a fecundação, razão porque Jesus se
chama “Filho do Homem”, produto de uma geração 100% hominal, que, por isto é antes
uma creação do que procreação. A humanidade atual só se
transanimalizou do pescoço para cima, despertando a inteligência; mas da cabeça
para baixo continua animal. O “Filho do Homem”, porém, é a antecipação de uma
nova humanidade; e por isto devemos prostrar-nos diante dele como diante de um
homem plenamente realizado.
Comentário do Blog –
ATMAN: Aqui temos mais uma
evidência que o Quinto Avatar veio nos dar o presságio da nova civilização. Uma
nova e evoluída raça, onde nos afastamos cada vez mais da polaridade difusa que
se consubstancia na antítese da Fonte Creadora. Ao nascermos do Homem, não
passamos pela fase do animal. Não necessitamos da contraparte de gênero para
procriarmos. Apenas nascemos de nós mesmos, sem antíteses, posto que síntese,
já nos tornamos. É o caso de Joshua Ben Pandira ou Jesus, o Cristo, o nascido
de si mesmo. Teorias nos levam a crer que Maria seria a própria contraparte
feminina de Jesus, avatarizado num corpo feminino, inicialmente, e pronta para
gerar sua oposição masculina, num outro corpo, ou seja gerar um Avatar, o
primeiro ser síntese desde a queda da humanidade na inconsciência. Sendo Ele o caminho, a verdade e a
vida, é, ainda, o Modelo a ser seguido por aqueles que querem ser unos consigo
mesmos. O reconhecimento de nossa origem na Fonte, nos leva à Fonte. Os filhos de mulher são, ainda, inconscientes de sua Fonte
Creadora. Os filhos do Homem, são filhos, conscientes, da própria Fonte. Buscai
dentro de si próprios a Fonte de sua origem e tornai-vos unos com Ela. Este é o
caminho da iluminação.
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