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domingo, 27 de outubro de 2013

19 – DISSE JESUS: FELIZ DAQUELE QUE ERA ANTES DE EXISTIR. SE VÓS FORDES MEUS DISCÍPULOS E REALIZARDES AS MINHAS PALAVRAS, ESTAS PEDRAS VOS SERVIRÃO. HÁ NO VOSSO PARAÍSO CINCO ÁRVORES, QUE NÃO SE MOVEM NO VERÃO E NO INVERNO E CUJAS FOLHAS NÃO CAEM; QUEM AS CONHECER, ESSE NÃO PROVARÁ A MORTE.



O homem é, na essência divina do seu Ser, antes de existir na existência humana do seu agir. A essência divina da alma vem de Deus; a existência humana vem dos nossos pais e da natureza. A alma é uma emanação individual da Divindade Universal; o corpo material é apenas uma geração transitória.
Quando o homem morre, depois de haver vivido corretamente, imortaliza também o seu corpo, não a matéria, mas a substância imaterial do seu corpo. As cinco árvores do seu paraíso são os cinco sentidos.
Até as pedras e a natureza toda servirão espontaneamente ao homem que se cristificar totalmente; a hostilidade entre a natureza e o homem começou com o despertamento do ego mental, e terminará com o despertamento do seu Eu espiritual. A natureza toda é amiga de Deus, e amiga também do homem divinizado, como mostra a vida de certos homens altamente espiritualizados, como a de Francisco de Assis, e sobretudo do próprio Jesus.

O Yogue se reconstrói a partir do Nada.
Comentário do Blog – ATMAN: Verificamos que os textos do Quinto Evangelho, de Tomé, se entrelaçam numa paisagem continua, de significado único.
Quando se fala de ser antes de existir, fala-se da própria eternidade da essência Divina, que passou a existir através do homem, a sua principal creatura.
Uma creatura potencial creadora.
Potencial porque terá que desenvolver suas aptidões a partir do nada. Do nada, passar a crear coisas e crear, principalmente, a si próprio.
No início do processo creativo ele se descrea, torna-se inconsciente de seu potencial, para depois iniciar uma caminha de recreação, de religação com a sua Fonte, depois de tê-la negado veementemente.
O Quinto Evangelho parece uma serpente que morde o próprio rabo, numa busca constante de si própria, mas sem nenhuma noção do que está fazendo, ou mesmo sem noção de que nada pode fazer.
Mas para poderem continuar a pensar que fazem, não podem ter, ao mesmo tempo, a noção de que não podem nada fazer, posto que sem consciência do que são, nem desconfiam de que nada há para ser feito.
Tudo já está feito, a única tarefa é: abdicar da consciência e, em seguida, readquiri-la.
Nem suspeitamos disso. Mas é nisso que se baseia toda a jornada da antítese Divina, manifestada através do plano físico.
Pelo texto acima, percebemos, ainda, que a Divindade está perceptível aos nossos sentidos, através da sua creação, dai podermos ter a sensação nítida de que estamos no seu seio, ou seja no seio da Natureza Divina, pois foi dela que viemos e é para ela que voltaremos.

18 – PERGUNTARAM OS DISCÍPULOS A JESUS: COMO SERÁ O NOSSO FIM? RESPONDEU-LHES JESUS: DESCOBRISTES O PRINCÍPIO PARA SABERDES DO FIM. ONDE HÁ PRINCÍPIO ALI TAMBÉM HAVERÁ FIM. FELIZ DE QUEM ESTÁ NO PRINCÍPIO; TAMBÉM CONHECERÁ O FIM – E NÃO PROVARÁ A MORTE.



Toda a creatura que teve princípio também terá fim. Não existe creatura imortal. Imortal é só o Creador, o Infinito, o Eterno, o Absoluto.
Mas a creatura humana, embora não seja imortal, é imortalizável, pode tornar-se imortal. Quando o homem atinge o zênite da intuição e conscientiza que “Eu e o Pai somos um”, que há uma única essência em todas as existências, em mim e em Deus, então a existência da creatura se imortaliza e se integra na essência do Creador.
Esta imortalização da creatura imortalizável é o supremo destino do homem aqui na terra; este homem não provará a morte, porque superou a morte pela vida. Aqui na terra começa o processo da imortalização, para culminar em outras regiões do Universo, porque “na casa do Pai celeste há muitas moradas”.



O Mito de Prometeu representa bem o 18o. Texto.
Comentário do Blog – ATMAN: A busca sempre se inicia onde se manifestou uma queda, em inconsciência. O início de nossa busca iniciou-se, portanto, num momento supremo de doação de nossa própria consciência, para viabilizar o momento único, onde Tese e Síntese se acariciam, se interpenetram e se extasiam numa só força plena e onipotente.

O plano de manifestação, percebido por nós, apesar de impossível de existir na Verdade, se
apresenta aos nossos sentidos, como uma peça teatral, muito convincente, dentro do próprio Creador.

A ilusão da antítese se faz presente no processo como forma de deixar inexorável a existência plena do Creador na eternidade, como Verdade suprema indivisível, improvável, onipotente, onisciente e onipresente.

É o nosso destino, já atingido plenamente, posto que, para chegar ao Fim, nem precisamos sair do Início. Tal ligação é plena, eternamente, desde o sempre.

Esta alegoria da qual falamos é o plano da dualidade, necessário, mesmo sem existir, na verdade.

Uma ilusão criada, pelo próprio Creador, que manifesta esta impossibilidade, dentro de Si Próprio, para ser o Alpha e o Ômega eternos.

A pergunta dos apóstolos se deu, por conta de fazê-la, com suas mentes concretas, posto que não haviam, ainda, experimentado o êxtase de serem unos com o Creador.

Eram 12 (doze) porque 12 (doze) são as tarefas necessárias, para retornarmos à iluminação, do ponto onde, atualmente, estamos.

Assim como 12 (doze) são as pétalas de nosso chacra cardíaco. Pétalas a serem trabalhadas equilibradas para que possamos sintonizar a Verdade, através da energia do Amor.

Assim, também, como o Arcano Doze, do Tarot, O Enforcado simboliza a aquisição de nosso livre arbítrio criador, ferramenta primordial nas nossas tarefas no plano físico. Ao roubar o fogo dos deuses e doá-lo à humanidade, Prometeu simboliza o caído que se doa e nos doa a sua própria consciência, para que cumpríssemos nossa tarefa de negar e falhar, a Fonte de nós mesmos.

Doze também foram, ou são, os trabalhos de Héracles ou Hércules, no seu caminho para refazer sua ligação com a imortalidade. Por sinal, depois de seu último trabalho, já liberto, empenha-se, com sucesso, na libertação do próprio Prometeu, de suas correntes e de seu martírio.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

17 – EU VOS DAREI O QUE NENHUM OLHO VIU, NENHUM OUVIDO OUVIU, NENHUMA MÃO TANGEU, E QUE JAMAIS SURGIU NO CORAÇÃO DO HOMEM.


Olhos, ouvidos, mãos, coração – são coisas do ego humano. Mas o que o novo Eu divino nos dá é algo além de tudo isto.

Todo homem-ego é louco por novidades; corre sem cessar através de coisas novas – e é por causa disto que ele envelhece rapidamente. Quanto mais freneticamente o homem corre atrás de novidades tanto mais rapidamente perde a sua verdadeira vitalidade espiritual. Por quê? Porque não há nada de novo debaixo do sol, como já dizia, há milhares de anos, o sábio rei Salomão. E como todas as supostas novidades são rotinas velhas em roupagem nova, o caçador dessas velharias envelhece com elas.

Por outro lado, o que nem os olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem mãos tangeram, nem mente alguma pensou, isto é sempre novo e inédito, por ser eterno; isto renova o homem, e não o deixa envelhecer.

O homem eternamente novo é o homem Crístico. Quem é dominado por tempo e espaço, não pode ficar jovem, porque tempo e espaço são sucessividades que nos fazem envelhecer. Mas quem vive na simultaneidade do Eterno, além de tempo e espaço, no Eterno presente, esse não envelhece, vive na indefectível juventude do aqui e agora.

E essa juventude da alma não raro, também permeia o corpo. E, mesmo quando o corpo decai, o espírito não é afetado por esta decadência. Tão intensa foi a juventude espiritual do Cristo que o seu invólucro humano Jesus nunca sofreu o menor impacto de uma doença ou enfermidade; nem a morte tinha poder sobre ele sem o seu consentimento. Excetuando Jesus, a história não conhece nenhum homem adulto que nunca tenha estado doente.



- Comentário do Blog – ATMAN: A busca pela iluminação nos leva à imortalidade. Isto ocorre porque o iluminado não está submetido às leis do tempo.
O coração iluminado não envelhece e é a própria verdade eterna. Quando, voluntariamente, buscamos a evolução e nos afastamos do rebanho guiado por cegos, adquirimos outra forma de ver o caminho, adquirimos outro sentido, que a humanidade conduzida não conheceu, ainda. A intuição é o sentido da próxima raça de humanos. A humanidade ascensa e consciente do caminho. A humanidade que se tornou o próprio caminho rumo à verdade fundamental da Fonte que a “creou”. A humanidade “bi-mânica” (possuidora das duas mentes, a mente concreta e a mente abstrata). Nossa quinta raça raiz, a ariana, tem apenas cinco sentidos, que torna possível sua comunicação com aquilo que vê e sente. A próxima humanidade enxergará muito além do que vemos hoje, mas utilizando outro tipo de visão. Será a humanidade que existirá na matéria, mas sabendo o que, verdadeiramente, é.

16 – TALVEZ OS HOMENS PENSEM QUE EU VIM PARA TRAZER PAZ À TERRA, E NÃO SABEM QUE EU VIM PARA TRAZER DISCÓRDIAS À TERRA, FOGO, ESPADA E GUERRA. HAVERÁ CINCO NUMA CASA, TRÊS CONTRA DOIS, DOIS CONTRA TRÊS; PAI CONTRA FILHO, E FILHO CONTRA PAI. E SERÃO SOLITÁRIOS.



Palavras análogas aparecem em diversos Evangelhos.

Quando desperta no homem o Cristo interno, logo o ego humano se revolta contra o Eu divino, tentando impedir uma “subversão”; porquanto, como diz a Bhagavad Gita, o ego é o pior inimigo do Eu, embora o Eu seja o melhor amigo do ego. Sendo que o ego anticrístico é “o dominador deste mundo, o poder das trevas”, sendo que o ego “tem poder sobre vós” – é inevitável que o homem profano não tolere ser deposto do seu governo pelo homem sagrado, mobilizando contra o homem Crístico todas as hostes anticrísticas. Nenhum ego mental tolera a transmentalização, a soberania do Eu espiritual; toda a estratégia do Anticristo é uma guerra contra o Cristo em todas as frentes. O Cristo é considerado como um invasor ilegal nos domínios do Anticristo.

E, não raro, essa guerra do ego contra o Eu se projeta também para o plano externo e social, dentro da mesma família, quando em alguns dos seus membros o Eu Crístico já despertou, e em outros continua a dormir. Neste sentido afirma Jesus: “Os inimigos do homem são os seus companheiros de casa”.

Inúmeras experiências na vida de cada homem comprovam essa discórdia entre pessoas da mesma família. O ego só conhece parentesco carnal, nada sabe de afinidade espiritual. Ou, no dizer de Paulo, “carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus”.

E então os homens cristificados se sentem como solitários no meio de um mundo anticrístico. Mas, a sua solidão é uma solidão profundamente feliz.


Comentário do Blog – ATMAN: A evolução espiritual é solitária, havendo pouco a acrescentar no texto acima. Posto que diversas religiões falam do eterno conflito entre o ser irreal e o Ser real. Tal conflito gera a energia necessária para manter existindo o plano físico. Esta energia, controlada, nos leva pelo caminho, através do atrito, entre a sola de nossos pés e a estrada.

A 4ª. Cadeia planetária, ou cadeia terrestre, é, também, a cadeia do 4º. Raio de manifestação, a harmonia, através do conflito e é, com o 4º. Chacra, o cardíaco, que temos que lidar, para remediar, intermediar e equilibrar o conflito, atingindo a união dos opostos. Só mesmo com a chama verde do Amor, que verte de nosso cardíaco, quando equilibrado, podemos acalmar o caos involutivo existente no cerne do ego e convencê-lo a seguir o caminho irrefutável de seu verdadeiro Eu.

As novidades da evolução espiritual fazem o ego reagir, violentamente, a qualquer mudança proposta pela alma e que o levem a se dissolver Nela. As reações, em princípio são individuais, mas, aos poucos a Matrix social e cultural, do ego da humanidade, cria uma guerra para destruir a ameaça.

São poucos os que conseguem ascender, sendo compreendidos pelos seus pares. Em geral surge um conflito quando um membro de uma família, de um clã, ou mesmo de um grupo religioso decide fazer seu, o caminho e comunica o fato aos demais.

Mas no plano espiritual não existe a dualidade e a matéria, ao tentar interferir, cria o trampolim para aquela alma se impulsionar rumo à iluminação.

É mais uma vez a antítese, anticrística, realizando seu papel de levar a Tese à Síntese.


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

15 – SE VIRDES ALGUÉM QUE NÃO SEJA FILHO DE MULHER, PROSTRAI-VOS DE ROSTO EM TERRA E ADORAI-O – ELE É VOSSO PAI.



Nada menos de 82 vezes o Evangelho usa a expressão “Filho do Homem”, exclusivamente para Jesus, o Cristo. “João é o maior dentre os filhos de mulher, mas o Filho do Homem é maior do que ele”.

Em face dos relatos de Mateus e Lucas, negando a paternidade de José relativamente a Jesus, deveríamos antes esperar que Jesus fosse chamado filho de mulher. Estranhamente, porém, ele insiste dezenas de vezes no seu título predileto “Filho de Homem”. Para compreender este mistério, temos de remontar milhares de anos. Os dois citados evangelistas traçam a genealogia de Jesus através dos ascendentes de José – e depois negam a paternidade física dele. Mas essas duas genealogias – uma desde Abraão, outra desde Adão – têm a finalidade de mostrar através de que canais fluiu o elemento vital que cooperou para a formação do corpo de Jesus. Esse elemento é real, embora não material, uma vez que segundo os Evangelhos, José não teve contato físico com Maria.

Já no Gênesis estava prevista uma geração hominal em vez de animal. Os primeiros seres humanos tinham ordem dos Elohim (potências divinas) de “evolver e multiplicar-se”; mas eles se multiplicaram animalescamente, em vez de primeiro evolverem hominalmente, e por isto veio sobre eles a maldição dos Elohim, que perdura até o presente.

Também João, no seu Evangelho, fala de homens que “não nasceram da fusão de sangues nem do desejo do varão nem do desejo da carne, mas de Deus”.

No caso de José e Maria – e, possivelmente, de alguns grandes avatares – se atualizou a potencialidade da procriação hominal prevista no Gênesis. Por isto Jesus se intitula constantemente “Filho do Homem”, hominalmente gerado, e não animalmente, como outros homens, que, segundo ele, são filhos de mulher”.

No caso da misteriosa entidade de Melquisedec, não houve sequer procreação hominal, tanto assim que os livros sacros afirmam que ele não tinha “geração humana”.

A procriação genuinamente hominal parece efetuar-se, não através do corpo material, como no animal e no homem de hoje, mas através do corpo astral, ou bioplásmico, como no caso de Jesus, onde esse fator vital é chamado “sopro sagrado” e “potência suprema”.

A doutrina teológica de que Maria tenha sido fecundada pelo “Espírito Santo” é mitologia; em caso algum pode uma mulher humana ser fecundada por uma entidade puramente espiritual. O pneuma hágion, de Lucas, é o elemento vital de José, que, através das genealogias milenares referidas por Mateus e Lucas, se refinou e atuou sobre Maria no momento em que “o Verbo se fez carne”. O “esposo divino” (gabri-el) de José realizou a fecundação, razão porque Jesus se chama “Filho do Homem”, produto de uma geração 100% hominal, que, por isto é antes uma creação do que procreação. A humanidade atual só se transanimalizou do pescoço para cima, despertando a inteligência; mas da cabeça para baixo continua animal. O “Filho do Homem”, porém, é a antecipação de uma nova humanidade; e por isto devemos prostrar-nos diante dele como diante de um homem plenamente realizado.



Comentário do Blog – ATMAN: Aqui temos mais uma evidência que o Quinto Avatar veio nos dar o presságio da nova civilização. Uma nova e evoluída raça, onde nos afastamos cada vez mais da polaridade difusa que se consubstancia na antítese da Fonte Creadora. Ao nascermos do Homem, não passamos pela fase do animal. Não necessitamos da contraparte de gênero para procriarmos. Apenas nascemos de nós mesmos, sem antíteses, posto que síntese, já nos tornamos. É o caso de Joshua Ben Pandira ou Jesus, o Cristo, o nascido de si mesmo. Teorias nos levam a crer que Maria seria a própria contraparte feminina de Jesus, avatarizado num corpo feminino, inicialmente, e pronta para gerar sua oposição masculina, num outro corpo, ou seja gerar um Avatar, o primeiro ser síntese desde a queda da humanidade na inconsciência. Sendo Ele o caminho, a verdade e a vida, é, ainda, o Modelo a ser seguido por aqueles que querem ser unos consigo mesmos. O reconhecimento de nossa origem na Fonte, nos leva à Fonte. Os filhos de mulher são, ainda, inconscientes de sua Fonte Creadora. Os filhos do Homem, são filhos, conscientes, da própria Fonte. Buscai dentro de si próprios a Fonte de sua origem e tornai-vos unos com Ela. Este é o caminho da iluminação.